Não há um justo sequer

Romanos 3:10 – Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.

Uma verdade que deve ser compreendida é que, aos olhos de Deus, não estamos em uma situação mais confortável do que a de Barrabás. Essa revelação talvez o ofenda, mas é a própria Escritura que afirma essa realidade. Segundo ela, não há um justo sequer (Rm 3.9,10). A tradição religiosa tem rotulado a sociedade por padrões moralistas, separando gente de bem, marginais, maus elementos e tantos outros. Para Deus, contudo, essa definição não tem aplicação. Eu, você e Barrabás estamos na mesma condição: pecadores destituídos da glória de Deus (Rm 3.23).

“Você está enganado”, é o que você está afirmando nesse momento. “Sou melhor do que muitas pessoas. Sou melhor inclusive do que muitos cristãos”. Ao pensar assim, você comete o erro básico de todos os que procuram justificação fora de Cristo. Com respeito a justiça, Deus não compara um ser humano com outro. Ele comprara todos nós com Ele próprio. Diante de Sua santidade e pureza, a menor das transgressões humanas tem peso eterno. Não tente reduzir o padrão de Deus a sua moral. Para o Senhor, odiar um irmão é o mesmo que assassiná-lo. Olhar para uma mulher com intenção impura é o mesmo que adulterar com ela. Seus esforços morais podem até lhe proporcionar um comportamento social adequado, mas o Criador nos conhece por dentro e por fora. Não há como nos escondermos dEle. Sabendo da condição humana, a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado para que, em Cristo, qualquer pecador possa encontrar salvação.

Por  |  Pastor Sérgio Fernandes

A verdadeira Revolução

Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus: as autoridades que existem foram por Ele estabelecidas” (Romanos 13:1).

A afirmação do apóstolo Paulo é definitiva: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus: as autoridades que existem foram por Ele estabelecidas” (Romanos 13:1).

E se a autoridade governamental não se submete ao pode de Deus e se proclama superior ao único Senhor? Derrubamo-la pela revolução armada, usando os mesmos recursos injustos com que ela oprime os cidadãos? Paulo diz que não. E, quando volta ao assunto, escrevendo a Timóteo, revela a solução bíblica para estabelecer a justiça divina, todas as vezes que os governantes humanos usam um poder que não lhes pertence, Ele nos ensina que usemos o poder da oração, da proclamação de que o julgamento e a punição dos ditadores é prerrogativa exclusiva do Senhor da criação. “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (I Timóteo 2:1-2).

A arma poderosa e transformadora, à disposição dos cidadãos oprimidos pela corrupção dos que têm autoridade é, definitivamente, a oração. Porque quem ora biblicamente proclama sua submissão ao Senhor Todo-poderoso. Enganam-se aqueles que minimizam o poder da oração: orar sem a motivação da obediência consciente à direção do Senhor é o mesmo que não orar. Acreditar no poder da oração é viver com a cosmovisão revelada por Isaías: “Porque Eu, o Senhor, amo a justiça e odeio o roubo e toda a maldade” (Isaías 61:8). É hora de sermos instrumentos do Senhor, no império da corrupção que estamos vivendo.

Graça vs Moralismo

João 18:40 – Então todos tornaram a clamar, dizendo: Este não, mas Barrabás. E Barrabás era um salteador.

Um posicionamento moralista rapidamente apontaria Barrabás como alguém perdido e sem esperança. Como imaginar que uma pessoa como essa poderia ter um encontro libertador com o Filho de Deus? Para compreendermos isso, precisamos abrir mão do moralismo e aceitar o mistério da graça de Deus.

A graça não admite moralismo. O moralista é aquela pessoa que reduz os padrões santos de Deus a sua própria capacidade de obedecê-los. Alinhando por baixo a lei divina, ele julga-se digno da salvação e do favor de Deus, porque, a sua maneira, ele o faz por merecer. Pessoas moralistas costumam julgar-se superiores aos demais, fazendo do seu comportamento um fator que o exalta diante dos demais.

O moralismo é uma perigosa doença espiritual, pois, na prática, ele se disfarça de santificação. O moralista pensa estar se santificando, mas não percebe que seu comportamento está o levando a um sentimento de superioridade com relação aos demais. Ele é rápido para apontar o dedo para condenar o desvio de conduta do seu semelhante e mais rápido ainda para ocultar os seus deslizes em nome de sua reputação. Um moralista, muitas vezes, está tão longe de Deus quanto um pecador.

Por Pastor Sérgio Fernandes

Graça para todos

Romanos 3:23 – Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;

Desse modo, Jesus foi tratando as pessoas com que se relacionava sob essa ótica. Aos oprimidos, ele anunciava esperança. Aos altivos, ele pronunciava a realidade do juízo divino. Haja vista a dura repreensão dada justamente aos fariseus (Mt 23), que supostamente serviam a Deus com integridade. Veja que Jesus ofereceu graça a publicanos, prostitutas, cananeus, gentios, mas foi severo com religiosos e com aqueles que buscavam justificação própria.

O princípio de Cristo é o de que não há ninguém no mundo tão bom a ponto de não necessitar de salvação, e também não há pecador tão vil que não possa ser salvo. O evangelho da graça é eficaz para salvar o malfeitor e o virtuoso, porque, na ótica de Deus, todos pecaram (Rm 3.23).

Você já ouviu falar sobre a justificação?

Romanos 3:24 – Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.

A modernidade e pós-modernidade trouxeram consigo um questionamento a respeito da existência de uma verdade absoluta. Em nossos dias, onde a verdade é relativizada: algo pode ser considerado verdadeiro, desde que o seja para mim. Esse relativismo se choca frontalmente com a posição cristã de que existe verdade absoluta e que ela emana de Deus.

O questionamento pós-moderno sempre colidirá com as afirmações absolutas das Sagradas Escrituras.

E se existe uma doutrina que aborrece a nossa sociedade relativista é a da justificação pela fé. Talvez seja por isso que ela seja tão pouca pregada nas comunidades cristãs hodiernas. Desde a minha conversão, não me recordo de ter ouvido nem sequer um companheiro de ministério pregando a respeito desse tema. Quando muito, alguma aula da Escola Dominical aborda superficialmente o ensino da justificação. Contudo, ela deveria ser tema frequente de nossos púlpitos, pois é, na minha opinião, a doutrina central do cristianismo.

Você conhece essa importante doutrina da sua fé?

Por Pastor Sérgio Fernandes

‘Não’ ver para crer

“Então Jesus lhe disse – Porque você me viu, você creu? Felizes aqueles que não viram, mas creram” (João 20:29).

Os Evangelhos não foram escritos com a intenção de nos maravilharmos, diante de um espetacular fazedor de prodígios. O importante, na mensagem cristã, não é o extasiar-se, perante os milagres de Jesus. O importante, o essencial mesmo, é o aceitar o senhorio do Cristo por detrás dos milagres. Lembremo-nos do comentário do Jesus ressuscitado, diante do intrigado Tomé.

Não confie ‘cegamente’ em seus olhos

1 Pedro 1:8 – Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso;

O dito popular, que afirma “o que o olho não vê, o coração não sente”, pode ser a base para algumas inverdades perigosas. Uma delas, por exemplo, é aquela que nos leva a acreditar que as informações fornecidas pela visão são infalíveis, no processo de representar o mundo concreto. Pedro, na sua Primeira Carta, não subscreve esta postura popular da visão. Ele propõe uma outra “visão da visão”… Referindo-se ao vitorioso Jesus Cristo, cuja glória real somente será vista na eternidade, o apóstolo elogia a atitude dos discípulos que, “mesmo não O tendo visto, vocês O amam; e, apesar de não O verem agora, creem Nele e exultam, com alegria indizível e gloriosa, pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas” (I Pedro 1:8-9).

Acreditar somente depois de ver é o mesmo que a postura de Tomé: se eu não tocar, não vou poder acreditar. Quando os inimigos de Jesus exigiram que Ele mostrasse alguma prova visível do Seu poder, o Mestre simplesmente disse “não”. O negócio da realidade, no mundo espiritual não é “ver para poder crer, mas crer para poder ver”.

Por pr. Olavo Feijo

Revertendo a morte

Efésios 2:11 – Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;

Tudo se faz novo quando a vida de Cristo encontra a nossa morte. Nós, que estávamos atolados na velha vida podre de pecados, cheios de incredulidade e desobediência, estávamos fadados a um triste fim. Mas Deus, com seu amor extravagante, nos abraçou e nos acolheu, através da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Agora, não estamos mais caminhando ao matadouro, mas fomos assentados nos altos céus, ao lado de Cristo, para vivermos por intermédio de sua vida. Fora de um relacionamento pessoal com Jesus, só existe morte. Mas passamos da morte para a vida. E agora que estamos vivos, por Ele viveremos.

O evangelho da graça não é uma religião, é a vida que triunfa sobre a morte. A ciência considera a morte irreversível, o evangelho desfaz a ordem natural para dar vida a todos os que creem no Salvador. Enquanto você se mantém amarrado ao passado, cultivando ódios e rancores, abraçando a incredulidade e a rebeldia do seu coração, você se mantém como Adão, aprisionado pela morte espiritual. Mas Cristo morreu por você, e Ele fez isso para que você possa viver. Por sua morte, Ele perdoou seus pecados, e por sua ressurreição, Ele pode lhe justificar e lhe dar uma nova vida. Ouça a voz da graça falando contigo. Livre-se da morte! Acolha a vida, que é Cristo, em seu coração! Chegou o Salvador! E quando Ele chega, o morto tem que ressuscitar.

Pode se achegar!

Mateus 8:2 – E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.

A maneira pela qual Cristo interage com o leproso é digna de nota. A lepra era a mais devastadora doença do mundo antigo, sendo, inclusive, alvo de extensas recomendações na lei dos israelitas (por exemplo, Lv 14). O leproso era tirado do meio da sociedade e só podia ser reintroduzido a sua vida se fosse diagnosticado curado por um sacerdote.

O Filho de Deus poderia ter agido de diversas formas em resposta as ações do leproso. Por exemplo, poderia ter pedido para que ele interrompesse sua marcha ou que pelo menos mantivesse uma distância segura que impossibilitasse a contaminação pela lepra. Mas Cristo não fez absolutamente nada para impedir a aproximação do leproso. Jesus parece gostar que pessoas doentes estejam perto dEle.

A graça é misteriosa. A atitude de Jesus com o leproso me encoraja a me aproximar dEle. A minha doença não deve me impedir de me aproximar de Jesus, pois Ele é a cura! A minha sujeira não deve me impedir de me achegar ao Cristo, pois Ele me lava com Seu precioso sangue. O meu pecado não deve me afastar da presença do Salvador, pois nEle há eterna redenção.

Autor pr Sérgio Fernandes